Em meio a tantas horas conectados, muitos brasileiros têm encontrado nas manualidades uma forma simples e prazerosa de desacelerar. A busca por atividades feitas à mão cresce justamente como resposta ao chamado “brain rot”, termo usado para definir o cansaço mental provocado pelo excesso de estímulos digitais. Segundo o Relatório Digital 2024 da We Are Social e Meltwater, o Brasil é o 2º país do mundo onde a população fica mais tempo on-line, com média de 9h13 por dia, ficando atrás apenas dos sul africanos.

Para driblar essa realidade, o Instituto JCPM em Aracaju têm estimulado a prática de atividades manuais, jogos de tabuleiro e a leitura para estimular a criatividade, o raciocínio, o pensamento crítico e as relações interpessoais entre os jovens. A instituição atua contribuindo com a formação de jovens entre 16 e 24 anos, estudantes ou ex-alunos da rede pública de ensino e, na área de convivência, há linhas, agulhas, lápis de cor, dominó e dama para a juventude ensaiar alguns pontos de crochê, colorir e se entreter nos intervalos das aulas, além de promover um clube de leitura.

Essa abordagem tem ajudado os jovens a, inclusive, superarem desafios pessoais. “Desde que comecei a participar das atividades do IJCPM, me sinto mais confiante. Eu era tímida e hoje consigo me expressar e interagir melhor com as pessoas fora do ambiente da internet. Estava vendo a hora em que nós, jovens, iríamos precisar da inteligência artificial até para puxar papo com alguém. Ter que pedir à IA: Estou no pátio da escola, como devo iniciar uma conversa com um colega?”, revela Ingridy Vitória Marques, 19 anos.