Blocos de rua de São Paulo ainda buscam verba para cortejos de carnaval

04 de Fevereiro de 2020, 06:50

Sem patrocínio de grandes marcas e sem apoio direto do poder público, blocos carnavalescos de rua pequenos e médios da cidade de São Paulo ainda correm atrás de financiamento para viabilizar os desfiles deste ano. Há menos de um mês para a folia de Momo, esses blocos ainda têm feito o que podem para levantar o dinheiro que falta para o pagamento de carros de som, músicos, seguranças e infraestrutura para os cortejos.

Entre as soluções adotadas por eles estão a venda de camisetas e rifas, o financiamento coletivo pela internet, a realização de eventos fechados e até o pedido direto de doação de amigos e colaboradores. Tudo para manter a alegria dos foliões, que cada vez mais têm migrado para os desfiles menores, fugindo do tumulto dos grandes trios da cidade, que chegam a reunir mais de 1 milhão de pessoas.

O bloco AmorIBunda, que todos os anos desfila atrás do Cemitério da Vila Mariana com marchinhas tradicionais, fez inscrição para dois dias de desfiles durante o feriado de carnaval. Porém, um dos dias foi cancelado, já que o grupo precisa levantar pelo menos R$ 20 mil para viabilizar os cortejos.

"O pequeno comércio geralmente é a fonte de recursos dos blocos pequenos e familiares, mas a crise não colaborou e muitos ficaram fora neste ano. As grandes marcas preferem adotar somente os grandes blocos, deixando de lado os menores, que poderiam realizar ações mais próximas das pessoas, dando mais visibilidade para as marcas. Estamos sozinhos, tendo que se virar pra conseguir algum dinheiro", conta Gilberto Castilho, fundador do bloco.

A cidade tem 796 blocos cadastrados para 861 desfiles, mas verba direta destinada aos blocos representa apenas 1,5% do valor repassado às escolas de samba em 2020.

 

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