A movimentação de brasileiros com grande patrimônio em direção a outros países ganhou força em 2025. Informações recentes da Receita Federal revelam um aumento expressivo no número de contribuintes de alta renda que estão transferindo oficialmente seu domicílio fiscal para o exterior — um movimento que antes aparecia apenas em estudos privados e projeções de consultorias internacionais.
De janeiro a agosto, 1.446 milionários formalizaram a saída do país. O volume é alto, próximo ao registrado em 2017. O fluxo voltou a crescer após a pandemia e mantém um ritmo constante desde 2022. A Receita utiliza a declaração de saída definitiva como instrumento de acompanhamento. O documento é obrigatório para quem permanece fora do Brasil por mais de doze meses ou transfere residência de forma permanente.
A formalização evita dupla tributação e regulariza a situação fiscal no exterior. Embora nem todos os que deixam o país entreguem o formulário, ele é o parâmetro oficial disponível.
Os milionários que deixam o Brasil costumam citar um conjunto de fatores, entre eles carga tributária elevada e imprevisível, sensação de insegurança pública, instabilidade institucional, crescimento econômico lento, burocracia excessiva para investir e empreender, além da percepção de que o ambiente regulatório muda com frequência e sem previsibilidade.
Para investidores de alta renda, o clima de pessimismo foi turbinado sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o aumento de incertezas econômicas, de gastos públicos e pontos sobre novas taxações. A percepção de que o petista pode se reeleger é alta e, segundo avaliam alguns analistas do mercado financeiro, tentar construir condições políticas para um quarto mandato abriu caminho para a sensação de instabilidade.
Fonte: Conexão Política
