Câncer de pele: dermatologista alerta sobre os riscos no verão

16 de Janeiro de 2023, 07:12

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) afirma que o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil e no mundo, e ele tem como principal causa a exposição excessiva ao sol. Somente este ano, a previsão da SBD é que Sergipe registre 2.080 casos da doença, número assustador.

O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) alerta sobre os riscos do tumor e divulgar as formas de prevenir a doença neste verão, através de entrevista com o dermatologista sindicalizado Emerson Ferreira da Costa, ex-presidente do Sindimed e da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional Sergipe.

Segundo o Dr. Emerson, o verão é uma das estações que mais exige cuidados redobrados para evitar os efeitos nocivos dos raios solares. Ele destaca que a exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. “Vivemos numa região com excesso de raios ultravioleta. É praticamente sol o ano inteiro e esse efeito acumulado do Sol, ao longo da vida, e também as queimaduras solares, seja na infância ou fase adulta, podem resultar na doença. Outro fator importante também é a questão genética, ou seja, o histórico familiar. A gente sempre orienta na questão do cuidado, porque uma pessoa que já teve um câncer na pele é mais fácil ter um outro do que uma pessoa que nunca teve. Outros fatores também são observados, como a questão ambiental, o cigarro, tudo vai se somando para favorecer essa condição”, explicou o médico.

TIPOS

Existem diversos tipos de câncer de pele, que quando diagnosticados precocemente aumentam as chances de cura. Conforme o especialista, o melanoma é o câncer de pele derivado dos melanócitos, ou seja, células ricas em melanina, pigmento que dá cor à pele e os outros tumores como o carcinoma basocelular e o espinocelular são derivados de outros células que compõem a pele. “São diversos tipos de câncer na pele. Os dermatologistas separam o câncer de pele como melanoma e não melanoma, sendo o melanoma como de maior gravidade, porque está relacionado com a possibilidade de metástase. Hoje existe tratamento para diversos estágios da doença. Claro que, quanto mais precoce, no caso do melanoma, maior a chance de sobrevida para o paciente”, afirmou.

Entre os fatores de risco, estão: pessoas de pele e olhos claros; pessoas com história pessoal ou familiar da doença; albinos; pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol; exposição a câmaras de bronzeamento artificial; pessoas com doenças cutâneas.

SINTOMAS

Os principais sintomas do câncer de pele: ferida que não cicatriza; alteração na verruga; nova lesão na pele que sangra, forma crostas ou não desaparece. Já as manchas de surgimento recente em adultos devem sempre passar por uma avaliação dermatológica. “Se perceber algum desses sintomas, é importante consultar um dermatologista imediatamente”, alerta, ao frisar que nem todas as manchas novas são câncer, “mas elas devem acender um alerta e, portanto, devem ser investigadas”.

PREVENÇÃO

Para prevenir o câncer de pele, a população deve ficar atenta as seguintes recomendações, mencionadas pelo Dr. Emerson: evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h; procurar lugares com sombra; usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.

Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 60, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados. Usar filtro solar próprio para os lábios. Em dias nublados, também é importante o uso de proteção. As tatuagens podem esconder lesões, portanto, merecem atenção.

“Hoje, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda um filtro de, no mínimo, fator 60. As pessoas de pele clara podem usar um fator até maior. As pessoas que têm histórico de câncer de pele tem que usar obrigatoriamente. O filtro pode ser repassado, dependendo do tempo de exposição ao sol, ou seja, passar o filtro pela manhã não vai resolver pelo dia inteiro. Se estiver na praia e entrar na água, é bom que repasse o filtro logo ao sair da água. Existem filtros específicos para pessoas com pele muito oleosa, como espinha, ou ressecadas”, orienta.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O especialista afirma que, se o paciente encontrou um sinal suspeito de câncer de pele deve ir ao posto de saúde mais próximo da sua casa. O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista ou cirurgião, por meio de exame clínico.

Em algumas situações, é necessário o exame que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu. Alguns casos exigem um exame invasivo, que é a biópsia. A cirurgia é o tratamento mais indicado.

 

 

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