A face é o nosso cartão de visita, afinal é a principal parte do corpo exposta em praticamente todas as situações, seja na vida pessoal ou no trabalho. Por isso, não é a toa que as cirurgias plásticas faciais correspondam a aproximadamente 17% do total dos procedimentos realizados no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Entre as cirurgias que proporcionam mudanças mais significativas nos traços faciais está a ortognática, aquela na qual é possível recuar ou avançar a mandíbula ou a maxila, alterando drasticamente o perfil facial. Além de funções estéticas, o procedimento também ajuda em casos de ronco.
Cirurgia ortognática é a cirurgia feita para corrigir a posição inadequada dos maxilares através de osteotomias (cortes programados nos ossos) e reposicionamentos que são fixados com mini placas e mini parafusos de titânio. Esse tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, como o cirurgião buco-maxilo-facial e o ortodontista.
Ela é indicada quando o maxilar inferior está excessivamente para frente ou para trás do maxilar superior ou quando um dos maxilares tiveram crescimento vertical excessivo (respiração bucal, sorriso com exposição excessiva de gengiva e dificuldade de fechar os lábios). O procedimento também pode ser realizado em assimetrias faciais e apneias obstrutivas do sono/roncopatias.
A cirurgia ortognática tem resultado estético muito evidente, mas sua principal indicação é funcional, como nos casos de apneias obstrutivas/roncopatias e dificuldade de respiração nasal. Para quem tem apenas o excesso de gengiva, com uma cirurgia simples no consultório já é possível corrigir esse sorriso. O melhor é sempre procurar o cirurgião-dentista afim de saber qual o melhor tratamento para o caso.
A recuperação é lenta com 2 a 3 semanas de afastamento das atividades de rotina. O inchaço nas primeiras semanas é acentuado e é recomendado fisioterapia ou fonoaudiologia por vários meses para o restabelecimento completo. Devido a avanços significativos de técnicas e materiais ocorrido nos últimos anos, os pacientes não apresentam dor acentuada e já terminam a cirurgia podendo falar, tomar alimentação líquida, abrir e fechar a boca. Deve-se fazer repouso e uma alimentação líquida e pastosa nos primeiros 20 dias e, em mais ou menos 45 dias o paciente poderá voltar com a alimentação normal.
O ideal é iniciar com o aparelho fixo para preparo da posição dos dentes. Esta fase dura em média 12 meses. O aparelho é responsável pelo alinhamento e nivelamento dentário e, consequentemente, para um melhor encaixe da oclusão. O paciente é operado com o aparelho na boca, que é removido de 6 a 12 meses após a cirurgia.
O resultado já é notado logo após a cirurgia, mas devido ao edema e reabilitação muscular, o resultado final só é visualizado de 3 a 6 meses após a cirurgia. A idade do paciente e condições sistêmicas individuais influenciam bastante nestes prazos.
É um procedimento cirúrgico realizado em um ambiente hospitalar sob anestesia geral que tem a duração de algumas horas. Geralmente, o paciente é admitido na internação no dia da cirurgia e recebe alta 1 a 2 dias depois do procedimento.