Como reduzir os riscos de transmitir coronavírus nas festas de fim de ano

24 de Dezembro de 2020, 06:40

Com a aproximação do Natal e Réveillon, as autoridades em saúde demonstram preocupação com a possível reunião de familiares e amigos para curtir os festejos de final de ano. Apesar dos riscos evidentes, muitas famílias planejam comemorar o Natal com um encontro presencial — ainda que de forma diferente de outros anos.

Com a taxa de contágio da covid-19 em alta em várias regiões do Brasil, os médicos alertam que a única forma de ter certeza de que você não passará uma doença que pode ser fatal para familiares e amigos é abrindo mão de uma comemoração presencial. Há, no entanto, medidas que podem ser tomadas para mitigar o risco, ou formas de dar uma nova cara às comemorações neste ano.

Neste mês de dezembro, a Fiocruz emitiu uma nota técnica alertando para o perigo de o sistema de saúde do Brasil colapsar após as festas de fim de ano, considerando que é esperado um aumento no número de casos. Os ingredientes para isso já estão dados: há surtos da covid-19 simultaneamente nas capitais e no interior, e a disseminação do vírus está em alta. Sendo assim, a recomendação primordial dos infectologistas é evitar passar as festas com pessoas de fora da sua casa, para impedir a transmissão do coronavírus de um lar para outro. Confira algumas recomendações:

 

1. Minimizar a quantidade de pessoas (e de residências)

A primeira dica é fazer uma reunião com o menor número possível de pessoas. Idealmente, a comemoração deve ocorrer só entre quem já vive na mesma residência. 

A recomendação é estar atento não só à quantidade de pessoas, mas também ao número de residências que serão misturadas. Por exemplo: um encontro entre dez pessoas tende a ser menos arriscado se cinco moram juntas em uma casa e outras cinco vivem em outra do que se cada uma das dez pessoas vive em uma casa diferente.

Se possível, idosos e pessoas com comorbidades - obesos, diabéticos, hipertensos, pessoas com problemas pulmonares - devem evitar as festas. Se for inevitável o encontro com uma pessoa do grupo de risco, uma opção menos arriscada é fazer um encontro rápido e com distanciamento. Uma visita curta, sem fazer ceia, sem tirar a máscara.

2. Muita ventilação

Se for fazer encontro, que seja em lugar aberto: jardim, laje, quintal, aonde as partículas de vírus vão se dissipar mais facilmente com o vento. Se não houver um ambiente completamente aberto, a recomendação é fazer em uma varanda.

Uma dica caseira para aumentar a circulação de ar em ambiente interno: colocar um ventilador próximo da janela e de frente para ela. Dessa forma, ele diz, o ventilador funciona como um exaustor, puxando o ar de dentro e empurrando para fora do cômodo.

Janelas e portas só devem ficar o tempo todo abertas em locais onde não haja risco de quedas ou se isso não provocar crises em pessoas asmáticas.

Ventiladores não devem gerar fluxo de ar diretamente de uma pessoa a outra, para evitar a contaminação. As medidas de ventilação não dispensam os cuidados constantes com o distanciamento social, a higiene das mãos e o uso de máscaras. Se não for possível ventilar bem o espaço, então é preciso reduzir o número de ocupantes nele.

3. Reduzir a duração

Fazer encontros mais rápidos é outra sugestão dos especialistas, já que o risco aumenta com mais tempo de exposição.

4. Máscara e distanciamento sempre que possível

Os especialistas concordam em outro ponto: as máscaras devem ser usadas sempre que possível, retirando apenas na hora de comer ou beber. Além disso, evitar falar alto e cantar também ajuda na redução de riscos.

Além da máscara, outra regra já conhecida segue valendo: manter o máximo de distância possível para quem não vive na mesma casa.

5. Na hora de comer: rodízio ou mesas separadas

O momento da ceia pode ser o grande vilão, segundo médicos, já que as pessoas geralmente ficam próximas e precisam tirar as máscaras.

É por isso que, além do cuidado de evitar compartilhar objetos como talheres e copos, a recomendação é que se faça um rodízio para sentar à mesa na hora de comer.

Para quem tem mais espaço, outra opção é montar duas mesas separadas para que cada um dos núcleos não se misture na hora de tirar a máscara para fazer a refeição.

6. Evitar grandes deslocamentos

Os infectologistas concordam que viagens devem ser evitadas. Quem decidir fazer deslocamentos deve priorizar ir de carro, de forma a evitar as aglomerações em aeroportos, aviões, ônibus, rodoviárias e em áreas comuns de hotéis.

7. Antes da festa, atenção redobrada aos sintomas

Fazer uma quarentena de duas semanas (ou pelo menos de uma) e confirmar estar sem o vírus com um exame PCR 72 horas antes do encontro ajudam muito a minimizar os riscos. Além disso, é essencial ter ainda mais atenção a qualquer sintoma.

8. Durante a festa, cuidado para não baixar a guarda

Em uma comemoração regada a álcool, com pessoas há tantos meses privadas de festas, o natural seria relaxar nas medidas de prevenção ao longo da noite. É aí que mora o perigo, dizem os infectologistas.

9. Encontros virtuais ou sem abraços: a recomendação da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a ideia de que não há risco zero em festas de fim de ano - motivo pelo qual famílias e até mesmo governos devem avaliar seriamente o cenário local e decidir se os benefícios sociais dos encontros festivos superam o perigo de a covid-19 avançar.

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