Dores de cabeça, de estômago e alteração no apetite e no sono são alguns sinais de alerta da depressão infantil. Os pais também devem ficar atentos a dificuldade de atenção, angústia, agressividade, isolamento e cansaço. O isolamento social enfrentado neste período de pandemia de covid-19 pode agravar a ansiedade e depressão nas crianças, já que a maioria das tarefas estão restritas ou até mesmo proibidas.
Segundo a psicanalista Elizandra Souza, nesta realidade de pandemia as crianças tiveram que se adaptar ao novo. “Tentando entender também o comportamento de todos dentro de casa, pois esta mudança não se restringe unicamente a elas, já que os pais também tiveram que se reinventar”, disse.
Ainda segundo a psicanalista, no início, ficar em casa, não ir à escola parecia algo bom. “O novo virou tédio! As crianças acabam ficando entediadas pela falta do que fazer e é aí que podem começar a surgir os problemas”, destaca.
Para ajudar a vencer o tédio durante o isolamento, a psicanalista orienta a seguir uma rotina com as crianças. “A rotina gera segurança e sensação de proteção”, afirma, acrescentando que é preciso incentivá-las a fazer atividades motoras.
Na opinião da psicanalista, a aproximação da aplicação da vacina contra a covid-19 ainda não é fator que possa ajudar a melhorar os sintomas das crianças depressivas. Ela explica que as crianças precisam da “sensação” de normalidade. “Mais que a questão da vacina, que é muito racional e cognitiva, o que melhora o humor das crianças é parecer se integrar com outras crianças, ainda que em quantidade reduzida, bem como participar de atividades onde o corpo possa se expressar”, diz Elizandra.
Ela destaca ainda que a criança tem menos elementos linguísticos para expressar sua dor e seus conflitos. “Contudo, o corpo, os movimentos são mais afetados e sofrem mais. Se a criança está há muito tempo em isolamento, dar uma volta no quarteirão já ajuda”, diz.
Tratamento
"Além da orientação profissional, a participação dos pais é muito importante para a reabilitação da criança. São eles que vão lidar com a criança dentro de casa e ajudá-la a sair desta condição o mais rápido possível", completa a psicanalista.