Escolas de samba do Rio adiam decisão sobre carnaval de 2021

16 de Julho de 2020, 06:40

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) do Rio de Janeiro adiou para setembro a decisão sobre o carnaval de 2021. Durante uma reunião na sede da entidade, no centro do Rio, na noite de terça-feira (14), os representantes das 12 escolas do Grupo Especial concluíram que, diante da indefinição causada pela pandemia da covid-19 e enquanto não houver vacina para combater a doença, as datas previstas dos desfiles do ano que vem (14 e 15 de fevereiro) podem não ser mantidas.

A Liesa aguarda a posição das autoridades e a evolução científica na busca por medicamento ou desenvolvimento da vacina. Para a entidade, setembro é o prazo máximo para definir se é possível a realização do carnaval do ano que vem.

Em setembro, haverá uma nova reunião para avaliar a situação. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, lembrou que os desfiles costumam causar aglomerações e, por isso, a realização fica difícil sem uma garantia de segurança da saúde dos integrantes das escolas e do público. “Sem a vacina não temos como fazer este tipo de evento com aglomeração, porque o carnaval é isso”, pontua.

Para o carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira, é bom ver a ponderação e a prudência da Liesa em só enxergar a viabilidade dos próximos desfiles com a existência da vacina para a covid-19. “Aguardar a passagem dos dias postergando decisões é o que tenho defendido publicamente desde o princípio das incertezas. A decisão de esperar o desenrolar do cenário até setembro para uma resolução definitiva, com a análise da evolução do quadro, na esperança do tão sonhado controle da pandemia, é dar vez à sensatez e à postura pública compromissada que sempre cobramos da entidade”, disse à Agência Brasil.

Além da Mangueira, Leandro Vieira é carnavalesco do Império Serrano, escola da Série A. “Quero ver na avenida a Mangueira e o Império. É fundamental, contudo, colocar em primeiro lugar a saúde de quem desfila, trabalha ou estará na Sapucaí como público. Escola de samba só é grande porque é o material humano que dá todo o sentido ao carnaval. As escolas e a entidade que lhes representa são maiores e se agigantam quando se mostram conscientes do seu papel social e cultural, indo muito além do dia do desfile”, completou.

 

Enredos para 2021

Das 12 escolas, oito escolheram enredos: Beija-Flor, Grande Rio, Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Portela, Salgueiro, Unidos de Vila Isabel e Viradouro. Já a Imperatriz Leopoldinense, que voltou ao Grupo Especial, a São Clemente, a Unidos da Tijuca e a Mangueira ainda não definiram o enredo de 2021.

 

Riotur

A Prefeitura do Rio disse, em nota, que, diante dos esforços para salvar vidas e controlar a doença na cidade, neste momento, ainda não é possível falar em definição sobre o Carnaval Rio 2021 em função da pandemia.

O planejamento do carnaval é complexo e, no cenário atual, requer cuidados especiais. A festa reúne milhões de pessoas e, durante folia, há uma intensa movimentação na cidade, incluindo o aumento do uso do transporte público. A Prefeitura do Rio, por meio da Riotur, vem estudando alternativas para diversos cenários.

 

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