Especialistas indicam Olimpíada sem público como "menos arriscada"

21 de Junho de 2021, 06:40

A decisão final sobre a participação de público nas Olimpíadas ocorrerá nesta segunda-feira (21), após uma reunião entre organizadores do evento, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e representantes dos governos nacional e de Tóquio.

Especialistas médicos do Japão disseram que proibir espectadores na Olimpíada é a opção menos arriscada para se realizar os Jogos, apesar de parecerem resignados com a possibilidade da presença de torcedores nos locais de competição em plena pandemia de covid-19.

Há meses o governo e os organizadores da Tóquio 2020 postergam uma decisão sobre a permissão para espectadores locais - os torcedores estrangeiros já estão proibidos -, sublinhando seu desejo de salvar o evento em meio a uma oposição pública profunda.

O Japão tem evitado o tipo de surtos de coronavírus explosivos que abalaram muitos outros países, mas a distribuição de vacinas está lenta e o sistema médico está no limite em partes do país. A insistência do governo em sediar os Jogos é criticada por hospitais e por sindicatos de médicos.

"Existe um risco de a movimentação das pessoas e as oportunidades de interagir durante a Olimpíada disseminarem infecções e pressionarem o sistema médico", disseram os especialistas, liderados pelo principal conselheiro de saúde, Shigeru Omi, em um relatório divulgado na sexta-feira (18).

Mas os especialistas de Omi já aventam a possibilidade de os locais de competição receberem até 10 mil torcedores em áreas nas quais medidas de "quase-emergência", como horários reduzidos de funcionamento de restaurantes, foram suspensas - o que aumentou a percepção de que a Olimpíada pode muito bem acontecer com público.

A presidente da Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, disse que, embora admita que a Olimpíada seria mais segura sem espectadores, os organizadores continuam procurando maneiras de receber torcedores com segurança nos locais de competição, assim como em outros eventos.

Os Jogos foram adiados no ano passado por causa da pandemia. Um cancelamento definitivo custaria caro aos organizadores, ao governo de Tóquio, a patrocinadores e seguradoras.

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