A Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de lançar a sua nova edição do Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), que chega à sua sexta edição com mil novas palavras e agora soma 382 mil entradas. O vocabulário não era atualizado desde 2009, e agora inclui termos como feminicídio, sororidade e telemedicina, e estrangeirismos como home office e parkour. "Muitos acréscimos estão relacionados aos novos termos originados do desenvolvimento científico e tecnológico, às palavras surgidas no contexto da pandemia do novo coronavírus, ao registro mais abrangente de nomes de povos indígenas, língua e família linguística, assim como termos técnicos das diversas áreas do conhe.
Entre os principais termos incluídos, a palavra feminicídio, que se refere ao assassinato de mulheres e meninas por questão de gênero e no Brasil possui até lei para o crime, sancionada em 2015.
Outras palavras destacadas aparecem principalmente pelo contexto pandêmico: home office, o trabalho feito de casa que se popularizou devido às restrições da pandemia, mas que já existia; e necropolítica, conceito configurado pelo "fazer viver ou deixar morrer", quando se dita quem pode sobreviver e quem deve morrer por um conjunto de políticas de controle social através da morte.
Apesar de ter ficado 12 anos sem ser atualizado, a equipe de lexicologia e lexicografia da ABL vinha trabalhando nos últimos anos na reunião de vocábulos colhidos em textos literários, científicos e jornalísticos ou recebidos como sugestão de inclusão.
Já considerando o contexto pandêmico, foi incluído no vocabulário a doença causada pelo novo coronavírus, covid-19 (grafado com letra minúscula), além dos termos lockdown, negacionismo e o já explicado necropolítica.
Além disso, também entraram palavras como bucomaxilofacial, ciberataque, cibersegurança, gerontofobia, notícia-crime, judicialização, pós-verdade, ciclofaixa, botox, bullying, crossfit, delay.