No mês que homenageia as mulheres, março traz em seu calendário a Conscientização da Endometriose, doença que representa a principal causa da dor pélvica de forte intensidade e da infertilidade feminina, mas que pode se desenvolver também de forma assintomática.
A endometriose, de maneira geral, é uma alteração no funcionamento do organismo da mulher em idade reprodutiva ( 13 a 45 anos), no qual o tecido que reveste o interior do útero (endométrio) desloca-se para outros órgãos, como os ovários, trompas, intestino e bexiga, através das tubas uterinas.
Segundo dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, uma em cada dez mulheres possui algum tipo de endometriose, como pontua a médica ginecologista, Marina de Pádua Nogueira. “Infelizmente estamos falando de uma doença de difícil diagnóstico, sem cura e que prejudica mais de 6 milhões de mulheres no Brasil. Entretanto, há tratamento para se recuperar a qualidade de vida dessas mulheres e até mesmo preservar sua fertilidade”, afirma.
Mesmo com relatos de diversos casos assintomáticos, na maioria das vezes as mulheres conseguem observar alguns sintomas, a exemplo de cólicas menstruais incapacitantes e progressivas, dor durante as relações sexuais e/ou contínua na região pélvica, fadiga crônica e exaustão, como também sangramento menstrual intenso ou irregular, além de alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação e dificuldade para engravidar e/ou infertilidade.
A ginecologista ainda ressalta que os exames de imagem como ultrassonografia com preparo de intestino e ressonância magnética são os mais adequados para a investigação da doença.
A médica Marina Nogueira também explica as diretrizes sobre o tratamento. "Algumas das principais metas do tratamento é aliviar ou reduzir a dor, reverter a progressão da doença, assim como também preservar ou restaurar a fertilidade da paciente e evitar ou adiar a recorrência quando possível. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, isso vai depender de alguns fatores que sempre iremos individualizar, uma vez que cada paciente possui seu histórico. Entretanto, inicialmente, optamos pelo tratamento clínico, o qual normalmente é feito através do uso de anticoncepcional com o intuito de suspender a menstruação. A partir de então, a cirurgia passa a ser recomendada nos casos em que não obtemos uma melhora clínica significativa”, declara a médica.
Outro ponto importante para o tratamento é definir uma abordagem multidisciplinar, na qual a paciente possa contar com o apoio não só do médico ginecologista, mas também de psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta e acupunturista , por exemplo. Não esqueça: dores incapacitantes não devem ser comuns na vida de nenhuma mulher.