Com o uso obrigatório de máscaras de proteção, a leitura dos lábios, única maneira para muitos surdos entenderem o que as outras pessoas estão falando, se tornou impossível, especialmente nos telejornais, com os repórteres de rosto coberto do nariz ao queixo.
O uso da máscara com tela para pessoas com surdez ou para a comunidade surda representa a porta de acesso para a informação entre eles e com quem não sabe Libras. Trata-se de uma sugestão de uso, cuja vertente para sua proporção tem sido cada vez mais ampliada dentro da comunidade surda.
O diferencial do principal equipamento de proteção neste período de pandemia do coronavírus é uma tela transparente na área da boca, o que permite a leitura labial. “Ela favorece a visualização das expressões e a leitura labial, elementos que são essenciais para o contato como uso da Libras”, afirma a professora especializada no assunto, Kathia Cilene Santos Nascimento.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva. O número corresponde a 5% da população, mesmo assim a maior parte dos brasileiros não sabe se comunicar pela Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Por isso, muitos surdos recorrem a leitura labial.