Considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a enxaqueca é um dos tipos de dores de cabeça mais recorrentes na população mundial. Estima-se que 15% da população brasileira sofra com enxaqueca, algo em torno de 31,8 milhões de pessoas, a maioria na faixa dos 25 aos 45 anos. Tem como principal característica uma dor pulsante que pode durar mais de quatro horas e se tornar, inclusive, incapacitante. também podem ocorrer enjoo, vômito, tontura, formigamento, diarreia e alterações na visão e na fala.
De acordo com Marcelo Ciciarelli, coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da ABN (Academia Brasileira de Neurologia), a enxaqueca é uma doença neurológica caracterizada por dor de cabeça de intensidade moderada a forte em apenas um lado da cabeça, normalmente pulsátil, com duração de quatro a 72 horas. "Ela pode surgir eventualmente ou ser crônica, que é quando os episódios ocorrem por 15 dias ou mais durante três meses. A dor costuma piorar com movimentos e exposição à luz, barulho e cheiros. Por isso, a maioria das pessoas, durante as crises, procura ficar em repouso e em locais escuros e silenciosos", diz o médico.
As causas da enfermidade ainda não são totalmente conhecidas. O que se sabe até agora é que os portadores apresentam um desequilíbrio bioquímico cerebral provocado por predisposição genética e, às vezes, desencadeado por fatores ambientais e comportamentais.
O tratamento usual é feito principalmente com o uso de medicamentos como betabloqueadores, antidepressivos, antiepilépticos e analgésicos, além de mudanças no estilo de vida. Mas existem algumas terapias menos convencionais e não tão conhecidas que também são indicadas para evitar e amenizar as crises. Porém, elas precisam de prescrição e supervisão médica e, no geral, são voltadas para quem não teve resultados com os fármacos mais tradicionais ou não pode fazer uso deles. Veja abaixo:
Toxina botulínica
Muito utilizada na dermatologia para rejuvenescimento, a toxina botulínica (botox) foi aprovada no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o tratamento de enxaqueca crônica em adultos em 2011.
Neuroestimulação
A neuroestimulação é uma técnica não farmacológica e não invasiva que pode ser empregada tanto de forma preventiva quanto durante uma crise aguda de enxaqueca. Existem alguns tipos, mas, no Brasil, por enquanto somente um é autorizado pela Anvisa para essa doença específica. Trata-se da neuroestimulação superficial elétrica, feita com o uso domiciliar de um dispositivo parecido com uma tiara colocado na testa.
Anticorpos monoclonais
Autorizados para uso no Brasil em 2019, os anticorpos monoclonais são o que há de mais moderno para o tratamento da enxaqueca crônica. Apesar disso, ainda não são conhecidos por muitas pessoas que sofrem com o problema.