Sentir fome é uma sensação comum aos animais, muito antiga na linha evolutiva das espécies, e que nos permitiu sobreviver e chegar até aqui. Cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, decidiram ir fundo nos cérebros para entender os mecanismos que controlem esse sentimento e nos permita, quem sabe, ter mais controle sobre ele.
Na pesquisa foi observado que neurônios no tronco cerebral são responsáveis por processar sinais relacionados à quantidade de comida ingerida, a sensação de estômago cheio e os níveis de hormônios relacionados à fome e à saciedade.
O estudo, publicado na quarta-feira (5/2) na revista Cell, foi feito com camundongos e desvendou os mecanismos de ação dessas células cerebrais. Batizados de colecistocinina (CCK), estes neurônios respondem a múltiplos sinais gerados durante a alimentação, contando até a quantidade de vezes que os animais comem. Eles monitoram também o tamanho do estômago e a presença de comida na boca para combinar os sinais e indicar que o animal está satisfeito e deve parar de comer.
A pesquisa ainda está em estágios iniciais e limitada a roedores. Contudo, para os pesquisadores, a semelhança entre o tronco cerebral de quase todos os mamíferos sugere que o mesmo mecanismo pode existir em pessoas.