Celebrado há muitas décadas no Brasil no dia 12 de junho, o Dia dos Namorados é uma referência óbvia ao amor, ao afeto e ao carinho entre casais, mas remete também à imensa movimentação comercial. Em outros países, há também um dia específico que tem o mesmo propósito: 14 de fevereiro, como acontece nos Estados Unidos, onde a data é nomeada como Valentine's day, isto é, “Dia de São Valentim”. Mas por que a diferença entre os dias de comemoração? E por que a referência a um santo?
E ai, no final dos anos 40, o publicitário João Doria levou a data para o meio do ano. O pai do ex-governador de São Paulo trabalhava para a Clipper, uma rede de lojas de departamento, que precisava de uma data especial para alavancar as vendas no período. A rede considerava que, passados Carnaval e Dia das Mães, havia uma queda até um novo pico de vendas —que só ocorria no Dia dos Pais, em agosto. Assim, a solução foi jogar o Dia dos Namorados para junho, um dia antes da comemoração do dia de Santo Antônio, considerado o Santo Casamenteiro.
História de São Valentim
No século III d.C., Valentim, um dos bispos da Igreja, celebrava casamentos de jovens cristãos que queriam levar adiante o sacramento do matrimônio. A instituição do casamento feria os interesses do então imperador Cláudio II, que via no matrimônio monogâmico algo nocivo aos jovens em idade militar. O imperador proibiu que se celebrasse o casamento. Entretanto, Valentim continuou levando a cabo suas atividades. Tendo contrariado as diretrizes do imperador, Valentim foi preso e, depois, decapitado em 14 de fevereiro de 270 d.C. O seu martírio fez com que a Igreja Católica considerasse-o santo a posteriori.
Especula-se, sem precisão histórica, que, quando Valentim estava preso, ele se apaixonou por uma moça. Essa paixão resultou na troca de bilhetes de confissão amorosa. Com sua morte, Valentim teria se tornado símbolo da união amorosa, tanto por conta dos casamentos que celebrava quanto pelos bilhetes trocados. Sendo exata ou não, a história dos bilhetes ou cartões de conteúdo amoroso passou a circular na Europa medieval e moderna, acrescida das narrativas sobre a morte de Valentim. Aos poucos, essas histórias e a data de sua morte ficaram associadas ao Dia dos Namorados.