Projeto da Natura é selecionado em edital do BNDES

28 de Dezembro de 2022, 06:42

O mecanismo financeiro “Amazônia Viva”, desenvolvido pela Natura em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Vert Securitizadora, foi um dos 11 projetos de impacto positivo selecionados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para receber recursos por meio de um edital de blended finance, novidade anunciada pela entidade no final de novembro. A notícia também ganhou destaque durante o Brazilian Day, evento realizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBEDS), The Nature Conservancy (TNC) e World Wide Fund for Nature (WWF), no marco da Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 15), realizada em Montreal, no Canadá.

O mecanismo “Amazônia Viva” busca fortalecer organizações, negócios e a bioeconomia amazônica a partir de um modelo que alia valorização da sociobiodiversidade, conservação ambiental, geração de renda e fortalecimento das populações tradicionais. O projeto prevê estimular o desenvolvimenro territorial em cerca de 16 territórios, aumentar a produção de mais de 40 cooperativas de pequenos agricultores e beneficiar mais de 10 mil famílias na Amazônia. Com mais recursos alavancados, espera-se ampliar o volume de faturamento destas organizações, bem como a melhoria da renda média das famílias participantes. A iniciativa também tem o potencial de contribuir para a conservação de 3 milhões de hectares de floresta.

Denise Hills, diretora de Sustentabilidade de Natura &Co América Latina, explica que o mecanismo de blended finance permitirá ampliar a captação de recursos financeiros para gerar impacto socioambiental positivo na Amazônia, aliando geração de renda e conservação ambiental. “Hoje, um dos maiores desafios da bioeconomia amazônica é escalar as cadeias da sociobiodiversidade. Com o mecanismo 'Amazônia Viva', conseguiremos expandir e fortalecer esse modelo de desenvolvimento único, baseado na união de ciência, inovação e tecnologia com os saberes tradicionais de populações locais, e que contribui para que o Brasil se torne cada vez mais referência em uma bioeconomia da floresta em pé, inclusiva e de baixo carbono”, afirma Denise.

O mecanismo funcionará a partir de dois instrumentos distintos, alinhados sob o mesmo processo de governança. O primeiro será estruturado na forma de um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), que será gerido e estruturado pela Vert, uma das maiores securitizadoras do país. Esse título oferecerá financiamento antecipado às cooperativas e associações agroextrativistas e de agricultores familiares da Amazônia. Já o segundo instrumento é um fundo filantrópico não-reembolsável, o chamado de Enabling Conditions Facility (ECF), e que será estruturado e gerido pelo FUNBIO. O propósito do ECF é investir em iniciativas e soluções que deem apoio e assistência técnica às cooperativas.

 

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