Psicólogos analisam a saúde mental de estudantes durante o isolamento

12 de Maio de 2020, 06:40

Há praticamente dois meses estudantes não estão frequentando escolas e cursinhos por causa da pandemia do novo coronavírus. Embora grande parte deles esteja assistindo às aulas via Ensino a Distância (EaD), a mudança de rotina e o medo de serem prejudicados no ano escolar têm gerado preocupação entre os jovens.

 

Para entender melhor este quadro, a psicóloga Lavínia Andrade, sob a coordenação do professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e doutor em Psicologia Elder Cerqueira, deu início a uma pesquisa sobre estratégias de regulação emocional, voltada especificamente para estudantes do Ensino Médio. 

 

A ideia do estudo, que tem como foco jovens de 14 a 24 anos, é contribuir com dados que possam identificar formas de lidar com problemas que, possivelmente, se desenvolvam durante o período de quarentena. Através de um questionário sociodemográfico disponibilizado em plataforma digital, alunos de escolas da rede pública e privada podem participar, de maneira anônima, respondendo algumas perguntas de múltipla escolha elaboradas pelos pesquisadores. 

 

De acordo com Lavínia, o novo cenário sem aulas presenciais e atividades coletivas nas escolas pode desencadear alguns transtornos, como ansiedade e depressão. “O que está acontecendo é algo novo. Não há material na literatura relacionado a pandemias e suspensão de aulas, então precisamos conhecer esse fenômeno para atuar de forma científica”, explica. 

 

Além disso, a psicóloga pretende chamar a atenção para a necessidade e importância de cuidar não somente do conteúdo curricular das disciplinas, mas, também, da saúde mental dos alunos.

 

“De uma forma geral, há um movimento no sentido de transmitir aulas e repor conteúdos, mas é preciso olhar com cuidado para esse momento, ver se o aluno sente-se capaz de realizar as atividades, como está lidando com essa situação, o quanto ele acredita nesse recurso on-line. É importante observar se o jovem está, por exemplo, caminhando para uma compulsão alimentar ou uso de álcool, como estratégia desadaptativa de regulação. O objetivo é trazer esses dados dentro desse recorte, para que possamos pensar em estratégias para lidar com estas questões”, detalha Lavínia.

 

Para colaborar com a importante pesquisa, basta o estudante de 14 a 24 anos acessar o endereço https://bit.ly/2YHrhgN e responder as perguntas, de forma anônima.

 

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