Em anúncio feito pelo Twitter, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decidiu suspender o carnaval fora de época que havia sido planejado para julho. A criação de um carnaval anual no início do segundo semestre foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e sancionada pelo governador em exercício, Claudio Castro.
Segundo o prefeito, o carnaval exige uma grande preparação por parte dos órgãos públicos e das agremiações e instituições ligadas ao samba, o que ele não considera possível fazer nesse momento. "Dessa forma, gostaria de informar que não teremos carnaval no meio do ano em 2021", disse o prefeito. “Certamente em 2022 poderemos, todos devidamente vacinados, celebrar a vida e nossa cultura com toda a intensidade que merecemos", acrescenta.
O projeto que prevê a realização anual de um carnaval fora de época em julho foi sancionado na semana passada pelo governo do estado, que ainda não definiu a data da celebração. Na época, o governo esclareceu que a lei visa a estimular o turismo, o lazer e a economia, mas apenas possibilita que o evento seja realizado, o que irá depender das recomendações das autoridades sanitárias.
A celebração foi batizada de CarnaRio e, segundo a lei, a organização deve ser discutida entre a Secretaria de Estado de Cultura, as ligas de Escolas de Samba, agremiações e blocos carnavalescos.
Antes da aprovação da lei, o adiamento do carnaval para julho já havia sido anunciado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e por grupos que representam blocos de carnaval tradicionais da cidade. As escolas de samba do grupo especial já haviam sorteado a ordem dos desfiles, que estavam previstos para ocorrer nos dias 11 (domingo) e 12 (segunda) de julho.
Apesar disso, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, havia reiterado, em dezembro, que a vacinação da população contra a covid-19 seria fundamental para a realização do evento.
Já a Associação de Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) divulgou uma nota de apoio à medida, em que afirma "receber com alívio" a decisão do prefeito. A associação representa parte dos blocos tradicionais da zona sul e do centro do Rio, como o Escravos da Mauá, o Carmelitas e o Simpatia é Quase Amor.