Saiba em que fase da vida o corpo envelhece mais rápido

29 de Agosto de 2024, 06:00

Você já sentiu que envelheceu mais rápido de uma hora para outra? Isso parece acontecer mesmo em algumas épocas da vida – pelo menos a nível molecular. Pesquisadores publicaram na última semana um estudo na revista Nature Aging que indica que o envelhecimento não acontece de forma constante ao longo da vida, mas pode ser acelerado em duas idades específicas.

A pesquisa analisou moléculas de 108 voluntários, de 25 a 75 anos. No total, foram 135.000 estruturas diferentes, incluindo RNA, proteínas e metabólitos. A lista inclui também os micróbios que vivem no corpo humano, como bactérias, vírus e fungos da pele e do intestino. Amostras de sangue, fezes e cotonetes contendo fluidos orais, nasais e de pele, foram coletadas no período entre 1 e até quase 7 anos, com intervalo entre alguns meses. Com isso, pesquisadores notaram que, em torno dos 44 anos e dos 60 anos, aconteciam dois picos de mudanças significativas.

O ápice de certos problemas de saúde em determinadas idades, principalmente relacionados a doenças cardiovasculares e complicações no sistema musculoesquelético, pode ter a ver com esses picos de envelhecimento. “Não estamos apenas mudando gradualmente ao longo do tempo. Há algumas mudanças realmente drásticas”, disse Michael Snyder, geneticista, autor sênior do estudo e diretor do Center for Genomics and Personalized Medicine da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, para o The Guardian. “Acontece que meados dos anos 40 é uma época de mudanças drásticas, assim como o início dos anos 60 – e isso é verdade, não importa qual classe de moléculas você observe”, disse.

Inicialmente, os pesquisadores acreditaram que o ápice do envelhecimento em torno dos 40 anos tinha relação com as mudanças que ocorrem na menopausa. Depois, os cientistas notaram que as mesmas transformações ocorriam em homens da mesma idade. “Isso sugere que, embora a menopausa ou a perimenopausa possam contribuir para as mudanças observadas em mulheres na faixa dos 40 anos, provavelmente há outros fatores mais significativos influenciando essas mudanças tanto em homens quanto em mulheres”, disse Xiaotao Shen, ex-aluno de pós-doutorado na faculdade de medicina de Stanford e primeiro autor do estudo, na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura.

 

Fonte: Galileu

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