Associado a situações de estresse e ansiedade, o hábito de roer unha pode provocar consequências desagradáveis, como por exemplo machucados provocados pela ação contínua da roeção. Fatores como ansiedade, nervosismo ou tricotilomania, um transtorno compulsivo relacionado ao estresse, podem levar a esse comportamento. No entanto, a boa notícia é que novos estudos indicam que é possível interromper esse difícil hábito.
Segundo pesquisa realizada pela revista PubMed.com., o ato de roer as unhas pode deixar marcas não apenas nas mãos, mas também gerar machucados que afetam o bem-estar da pessoa e comprometem sua autoestima. Por isso, a importância de dar um fim a esse vício incômodo, que atinge mais de 30% da população brasileira.
Substituição do hábito de roer unha
Um estudo publicado no Jama Dermatology revelou uma tática chamada “substituição de hábito”, que de acordo com especialistas, tem contribuído converter os mais fiéis roedores de unha. E como funciona? Ao vez de usarem as unhas como alvo em momentos de ansiedade, os especialistas sugerem que os pacientes toquem outra parte de seu corpo de maneira delicada. Foram dados a eles a instrução de esfregar levemente as pontas dos dedos, a palma das mãos ou a parte de trás do braço, pelo menos duas vezes ao dia.
“O que deve ser feito é apenas tocar levemente o corpo. Se estiver sob estresse, pode-se realizar os movimentos mais rapidamente, mas sem aplicar mais pressão”, explica o principal autor do estudo, Steffen Moritz, da University Medical Center Hamburg-Eppendorf, na Alemanha.
Os impactos de roer as unhas
Steffen liderou um estudo com 268 pessoas que sofriam de transtorno do comportamento repetitivo focado no corpo, um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo, onde roer as unhas era um comportamento muito comum, causando danos e desconforto. Os participantes foram divididos em dois grupos: o grupo de controle foi informado que estavam em uma lista de espera para o tratamento, enquanto o outro grupo aprendeu a formar um hábito substituto por meio de um vídeo e um manual. De acordo com o artigo, 80% das pessoas no grupo de tratamento afirmaram estar satisfeitas com a técnica aplicada.
Além da técnica “substituição de hábito”, que ainda está em estudo, outras técnicas comportamentais já existentes podem ser adotadas para combater a tricotilomania. Por exemplo, no desacoplamento, o paciente substitui o comportamento de roer unhas por algo que começa de maneira semelhante. Ao invés de levar a mão até a boca, a pessoa a leva à ponta da orelha quando sente a vontade de roer as unhas. Já na reversão de hábito, a pessoa substitui o comportamento de roer unhas por um hábito diferente, mas de ação semelhante.