O uso de uma máscara de tecido sobre uma máscara cirúrgica pode aumentar a proteção contra o coronavírus para até 91%. Este percentual é atingido normalmente apenas por máscaras N95, que ainda estão em falta no mercado. A lógica é que, se a máscara (ou as máscaras) estão bem ajustadas ao rosto, isso impede que o ar entre ou saia pelas laterais sem passar por filtragem.
Ao contrário do que dizem algumas informações equivocadas por aí, os primeiros estudos do uso de máscaras concluíram que elas ajudam na redução da transmissão do novo coronavírus. Entretanto, há um limite. Mesmo máscaras esportivas avançadas, dotadas de duas ou três camadas costuradas, raramente passam de 50% ou 60% de proteção.
Já as máscaras cirúrgicas passam desse percentual devido à sua composição. Três camadas derivadas do plástico são “coladas” com um polímero de resina chamado polipropileno e afixadas à máscara de forma similar a uma teia de aranha.
De acordo com o médico infectologista e professor do curso de medicina da Universidade Tiradentes, Matheus Todt, essa é uma medida eficaz para quem quer se manter protegido. “Para quem está infectado, por exemplo, o uso das duas máscaras se torna vantajoso, pois vai evitar que o vírus seja passado para mais pessoas. Mas é bom lembrar que apenas o uso da máscara não é suficiente para a proteção individual, se os olhos estão expostos, por exemplo, a pessoa pode se contaminar pelos olhos”, alerta.
Os especialista também recomendam o uso de uma máscara de três camadas, feita de um tecido flexível que se ajuste ao formato do rosto, mas inserindo por dentro dela um “material de filtragem de alta eficiência e não costurado”, como uma bolsa a vácuo.
Mas, é claro, nada disso se iguala à eficácia de uma máscara N95. Ela é feita com fibras que contam com uma pequena descarga elétrica capaz de capturar partículas errantes – pense na forma como suas roupas grudam uma na outra depois de uma rodada na secadora.