Vale dos Mestres em Canindé tem turismo desordenado segundo FPI/SE

12 de Novembro de 2019, 06:39

Profissionais que integram a equipe de Espeleologia e Arqueologia visitaram durante a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI/SE) a região conhecida como Vale dos Mestres, em Canindé do São Francisco. O local, que faz parte da Unidade de Conservação Monumento Natural do Rio São Francisco, tem sofrido com o turismo desordenado.

Lixo, fogueira, pichações, alto volume de som, falta de controle do número de pessoas na trilha são alguns problemas que a equipe identificou no Vale dos Mestres. O local é um atrativo natural muito procurado por turistas e moradores da região e a falta de controle da visitação ocasiona muitos impactos ambientais.

“Dentre os principais, estão os impactos diretos na trilha que não possui zoneamento definindo áreas mais sensíveis, e é frequentada por uma grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo, o que pode causar prejuízos à flora e fauna”, explica o coordenador da equipe, o espeleólogo Elias Silva. “O Vale dos Mestres é uma área de reprodução de aves, como araras, e habitat de outras espécies, o elevado volume do som pode estressar os animais fazendo com que eles abandonem o local”, completa.

A procuradora da República Lívia Tinôco explica que é papel do Ministério Público Federal proteger o Vale dos Mestres. “O MPF é o guardião de todo esse Patrimônio Natural. As cavernas, os sítios arqueológicos, o Rio São Francisco, são bens da União e incumbe ao MPF a tarefa de conservar e proteger esses bens federais”, explica.

A equipe Espeleologia, Arqueologia e Paleontologia da FPI/SE também apontou que um caminho para proteção do Vale dos Mestres seria envolver a própria comunidade que mora no entorno. “Capacitar as comunidades que moram no entorno para promover o turismo no local de forma adequada pode gerar emprego, renda e auxiliar na proteção do Patrimônio Natural”, explica o coordenador da equipe, Elias Silva.

 

A equipe Espeleologia, Arqueologia e Paleontologia é formada pelo Centro da Terra- Grupo Espeleológico de Sergipe (CT/SE), Museu de Arqueologia de Xingó (MAX/UFS), Ministério Público Federal em Sergipe (MPF), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Grupamento Tático Aéreo (GTA/SE), Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBM/SE) e profissionais colaboradores de diversas áreas do conhecimento.

 

Fonte: Ascom FPI/SE

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