CRF/SE alerta para propagandas enganosas no tratamento de Covid

11 de Fevereiro de 2021, 06:42

Visando inibir o comércio inadequado de medicamentos comercializados para o tratamento da Covid-19, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) oficializou a Coordenadoria Estadual Proteção e Defesa do Consumidor e o Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Aracaju). “A nossa iniciativa é mover uma ação conjunta na tentativa de inibir esta associação de venda, destes medicamentos para prevenção de Covid-19”, explica a diretora do CRF/SE, Larissa Carvalho, apontando para a necessidade de alertar a população sobre as propagandas enganosas.

Esta é uma das ações do CRF/SE para alertar novamente a população sobre a ineficácia e os riscos do uso indiscriminado das composições. Além de divulgar informações científicas sobre os medicamentos, notificar os Procon(s), o Conselho solicitou ao setor varejista os números de venda destes medicamentos no Estado, até o momento sem sucesso.

Dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostram que as vendas da hidroxicloroquina (antimalário) mais que dobraram, passando de 963 mil em 2019 para 2 milhões de unidades em 2020 em todo o país. O aumento foi ainda maior no caso da ivermectina (vermífugo), atingindo 557,26%. Além destes dois, outro medicamento que também teve altas expressivas nas vendas foi o nitazoxanida (antiparasitário). O motivo é a crença de que esses medicamentos previnam ou curem os pacientes da Covid-19.

De acordo om Larissa Carvalho, além do risco de se tomar medicamento sem indicação, até o momento não houve comprovação científica da eficácia destes três medicamentos para a doença. “Todo medicamento é passível de provocar reações adversas, que podem vir pelo uso dele ou pelo seu tratamento. E quando falamos de um medicamento que não é adequado para aquela condição que o paciente tem, neste caso a covid-19, o risco é que além de não conseguir o resultado esperado, pode provocar um quadro de intoxicação ou outras reações”, ressalta.

Eficácia

Depois de várias pesquisas e também da própria fabricante da Ivermectina (a Merck) afirmar publicamente que não há evidências que recomendem o uso da droga no tratamento da Covid-19, as indicações de boca em boca por um “tratamento precoce” contra a doença permanecem. “Tanto a hidroxicloroquina, a ivermectina e a nitazoxanida precisam de prescrição médica para serem vendidas. Inclusive a hidroxicloroquina no início da pandemia passou a ser medicamento sujeito a controle especial, o famoso medicamento controlado. Isso foi modificado para que não ocorresse uso descontrolado”, lembra Larissa.

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