Inatividade aumenta mortes por doença cardiovascular na pandemia

12 de Maio de 2021, 06:40

Ainda que ajude a controlar a propagação do novo coronavírus, o isolamento social pode induzir comportamentos prejudiciais à saúde, como ingerir alimentos de pior qualidade, passar mais tempo sentado em frente às telas e movimentar-se menos ao longo do dia. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a inatividade física na pandemia pode aumentar as mortes por doenças cardiovasculares em até 200 mil novos registros no longo prazo. Já o Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada & Nutrição, da Faculdade de Medicina, projetou em março de 2020, a partir da revisão de 50 estudos, que a falta de exercícios teve um crescimento de 50%.

Uma das pesquisas, que foi base para a análise, mostra que a falta de atividade física é responsável por cerca de 9% da mortalidade anual, resultando em cerca de 5 milhões de mortes por ano no mundo. Outros dados encontrados mostram que mesmo a inatividade de curto prazo (até um mês) pode aumentar o fator de risco para as doenças do coração. “Nós temos dados que de fato confirmam que a inatividade física cresceu, e cresceu especialmente nos grupos clínicos que foram mais expostos a essa condição de isolamento social”, disse Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo o pesquisador, a Organização Mundial da Saúde (OMS) é importante a prática de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada a vigorosa. “É aquela atividade que a gente faz conversando com alguém ao lado e que a gente sente uma certa dificuldade para conversar.” No Brasil, cerca de 50% da população é considerada inativa.

No entanto, é preciso manter os cuidados para a prática diante dos riscos da covid-19. “A atividade física é essencial, mas a academia de ginástica não é. O que eu quis dizer com isso? Que a academia não é importante? Não, é importante, mas não é vital. Significa que eu consigo manter meus níveis de atividade física sem me entranhar numa academia que não traga as condições ideais de proteção”, explicou Bruno Gualano.

 

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