Novos tratamentos tentam frear o crescimento do Diabetes Tipo 2

23 de Novembro de 2022, 06:40

O diabetes já é considerado uma das doenças crônicas mais preocupantes no Brasil, país que se encontra na terceira posição no ranking mundial entre os que mais gastam com o tratamento da doença e é o sexto no mundo em número de pacientes com diabetes, atingindo a marca de 15,7 milhões de pessoas.

No mês que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, um levantamento aponta que o país contabilize cerca de 23,2 milhões de pacientes até 2045. Os dados que integram a 10ª edição do Atlas do Diabetes, publicada pela Federação Internacional de Diabetes, mostram ainda que o Brasil gasta anualmente US$ 42,9 bilhões de dólares, ficando atrás apenas da China, com US$ 165 bilhões e dos Estados Unidos, com US$ 379 bilhões gastos em tratamentos.

Por ser uma doença que não apresenta sintomas em sua fase inicial, o diabetes é difícil de ser diagnosticado. A nova edição do Atlas estima que só no Brasil cerca de 5 milhões de pessoas não saibam que estão com diabetes.

Novos medicamentos

Na tentativa de frear o crescimento da doença, novos tratamentos clínicos e cirúrgicos estão sendo utilizados por especialistas para o Diabetes tipo2. Recentemente chegou ao mercado uma nova categoria de medicamento, a semaglutida, em pílulas, que imita o hormônio natural GLP-1. Com o lançamento sob o nome de Rybelsus, a semaglutida passa a ter uma segunda versão, de mais fácil uso, mas propriedades semelhantes ao medicamento aplicado por injeções. Seus desenvolvedores acreditam que, ao retirar a necessidade do uso de agulhas, a adesão ao tratamento aumentará.

Cirurgia para o diabetes tipo 2

No entanto, para pacientes que não conseguem controlar o diabetes tipo 2 com medicamentos, a cirurgia metabólica pode ser indicada.Diferente da cirurgia bariátrica, que tem como foco principal a perda de peso, a Cirurgia Metabólica é indicada para o tratamento de pacientes que não possuem obesidade mórbida, com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2), Índice de Massa Corporal abaixo de 35 Kg/m2 e que, comprovadamente, já passaram durante dois anos pelo tratamento clínico da doença sem resultados.

De acordo com o cirurgião especializado em doenças metabólicas, Alcides Branco, do Eco Medical Center, o procedimento é realizado por videolaparoscopia, através de pequenos furos na parede abdominal, ou por robô. "Essa alteração promove a passagem mais rápida do alimento do estômago para o intestino e traz mudanças metabólicas como a aceleração da produção de hormônios, que atuam no pâncreas melhorando a produção de insulina, o que normaliza os níveis de glicose no sangue", reforça Alcides.

Os estudos têm demonstrado benefícios a médio e longo prazo para a qualidade de vida destes pacientes como, por exemplo, que 85% dos pacientes entram em remissão do diabetes (deixam de tomar medicamentos e insulina) já no primeiro ano de cirurgia.

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