Refluxo: quando não tratada corretamente, pode levar ao câncer

22 de Março de 2022, 06:43

Você já sentiu aquela queimação no estômago que vai e volta por horas durante o dia? Este pode ser um dos sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), muito comum entre os brasileiros e na população mundial, causada, na maioria das vezes, por uma hérnia de hiato, quando a válvula do estômago fica folgada. Existem outros fatores que podem levar a à doença que, se não tratada corretamente, pode desencadear outras patologias e em casos mais extremos até o desenvolvimento do câncer.

 

A Doença do Refluxo Gastroesofágico pode ser patológica ou fisiológica. Ter refluxo não quer dizer que a pessoa esteja com a doença, pois é comum o ser humano ter um refluxo, desde bebê. Com a evolução, a válvula anti-refluxo, que é o hiato esofágico, que tem o papel de evitar que o ácido volte do estômago até o esôfago, chegando até a boca e até o pulmão, dependendo da gravidade, fica frouxa e permite a subida do ácido. Ao refluir, o ácido queima mucosa do esôfago que não é adequada, como o do estômago.

 

De acordo com o médico gastroenterologista especialista em cirurgia do aparelho digestivo, Jonas Leomarques dos Santos, é importante as pessoas ficarem atentas aos sinais. “É a dor epigástrica, bem no meio do peito, aquela dor que sentimos quando estamos com fome, aquele aperto na barriga quando ficamos ansiosos, isso  porque contrai o estômago e faz refluir ácido, após consumir álcool, café, comidas gordurosas, tudo isso são fatores do refluxo”, disse.

 

Ainda segundo o médico, para detectar os sinais e descobrir a gravidade do refluxo, existe um exame que mede cada episódio sentido durante o dia a dia e que vai determinar a conduta terapêutica do médico. “É a phmetria esofágica, exame bem importante porque ele comprovar tudo que o paciente se queixa para o médico no consultório. É verificado o nível de refluxo e as causas. Basicamente é inserido um cateter bem fininho no nariz que vai até o estômago e a pessoa passa o dia com ele, e alí são relatados os episódios de refluxo”, explicou.

 

Cirurgia

 

A avaliação do médico é que a cirurgia tem que ser menos arriscada do que a pessoa tem com a própria doença. “O refluxo é causador de câncer e a gente precisa não deixar passar despercebida uma lesão. É possível que durante 20 anos uma lesão possa ficar malígna. Baseado nos riscos, é que a gente indica ou não cirurgia”, avaliou.

 

Diferentemente das cirurgias abertas de antigamente, a videolaparoscopia não faz incisão no abdômen. O pós operatório e o risco de ter hérnias de parede abdominal não existem. O médico opera e dar alta no mesmo dia. “Geralmente eu opero depois de meio dia e dou alta no dia seguinte pela manhã, em 15 dias ou uma semana ele volta a trabalhar. O principal é o repouso, a reeducação alimentar e o acompanhamento com o fonoaudiólogo”, comentou.

 

 

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