Saiba por que a fome passa quando ficamos muito tempo sem comer

06 de Dezembro de 2021, 05:40

Há quem trave uma verdadeira batalha contra o tempo para dar conta de tantos afazeres. Por causa da correria, muitas vezes não conseguimos comer no momento habitual - ou que bate a fome - e as horas vão passando. Para algumas pessoas, ficar um longo período sem se alimentar pode gerar enjoo, tontura, dor de cabeça e mal-estar - em geral, sintomas relacionados à hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue). Porém, há pessoas que perdem completamente o apetite quando passa uma ou duas horas do horário que costumam comer.

Ficar sem fome ao pular uma refeição é muito individual e não significa, necessariamente, que o corpo não precisa se alimentar. A falta de fome, na verdade, acontece em algumas pessoas porque o organismo tem reservas de energia.

Quando estamos alimentados, a glicose (açúcar, que dá energia) permanece alta no sangue. Em contrapartida, se ficarmos muito tempo sem comer, ela começa a cair. Nesses casos, o corpo precisa recorrer à glicose que está armazenada no fígado e nos músculos, sob a forma de glicogênio para obter energia - um processo chamado de glicogenólise.

Imagine que você faça uma refeição leve no jantar. Ao pular o café da manhã e fazer exercícios normalmente, sem comer nada, o organismo segue gastando a glicose circulante.

Agora, se você cortar carboidratos no jantar e ficar sem comer até chegar a hora do almoço do dia seguinte, o corpo vai ter de usar mais suas reservas de gordura (energia), porque houve pouca ingestão de alimentos. Ao esgotar o estoque de glicose, o corpo passa a queimar gordura para gerar energia (cetose).

"Quem faz jejum intermitente ou a dieta low carb fica com pouco estoque de glicose no organismo. Nessas pessoas, a gliconeogênese acontece mais fácil, ela não precisa de 8 horas para acontecer —2 ou 3 horas sem comer nada já basta", explica Andressa Heimbecher Soares, médica endocrinologista, membro da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

 

Fonte: UOL

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