Vendas de blocos e camarotes do Carnaval de Salvador 2021 continuam paradas

23 de Outubro de 2020, 06:40

Sem data definida, o Carnaval de Salvador 2021, um dos maiores do país, continua gerando grande expectativa entre empresários dos setores de entretenimento e turismo. Por causa da pandemia do covid-19, não se sabe ainda a data que a festa carnavalesca vai acontecer, nem mesmo se vai ocorrer no próximo ano.  

Assim que acaba o Carnaval, já é costume iniciar a comercialização dos blocos e camarotes de Salvador para o ano seguinte. Este ano, o cenário é bem diferente por conta da pandemia do novo coronavírus: agências venderam menos de 10% dos abadás para o Carnaval de 2021, uma festa que ainda não tem data para acontecer. A grande maioria dos blocos, na verdade, nem abriu para comercialização.

A incerteza levou as empresas a flexibilizarem a política de vendas para os foliões que já haviam adquirido o abadá. Quem comprou poderá solicitar o reembolso integral do valor, caso a festa seja cancelada. Existe ainda a possibilidade de deixar o crédito para 2022 ou para uma nova data que surja no próximo ano (se houver adiamento).

O bloco Me Abraça já anunciou que não comparecerá ao desfile se for em fevereiro. “Existe a pandemia e a gente tem que ser responsável”, explica o diretor Ricardo Lelys.

Já o Afoxé Filhos de Gandhy, um dos mais tradicionais da capital baiana, manteve as vendas, mas não lucrou nem 10% do que costuma. Segundo o presidente da entidade, Gilsoney de Oliveira, a agremiação vai esperar um posicionamento da prefeitura. “A gente não suspendeu porque existe a possibilidade de acontecer no segundo semestre de 2021”.

Quanto aos camarotes, somente o Premier e o Salvador lançaram vendas para 2021. Um dos sócios do camarote Nana, o empresário Fred Boat, lamenta o prejuízo do segmento e entende a vacina como necessária para a realização do Carnaval. “Não me comprometi com despesas, mas também não tenho receita. Em outubro, todos os camarotes já têm tudo contratado e boa parte delas paga, com 30 a 40 por cento dos abadás já vendidos”.

Segundo o diretor da Central do Carnaval, Joaquim Nery, a partir do momento que surgiu a pandemia, suspendeu a divulgação das vendas no site, mas o comércio continuou porque havia demanda. “As pessoas não entendiam que não teria Carnaval em fevereiro”, disse Nery acrescentando que acredita que comemorações espontâneas surjam em alguns bairros em fevereiro.

De acordo com o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, a definição sobre o Carnaval deve ser feito em novembro. “O prefeito ainda não formalizou o cancelamento, mas tudo aponta que dificilmente será em fevereiro, porque não há indicativo que uma vacinação em massa seja feita até lá. A tendência é o adiamento para uma nova data no segundo semestre, mas tudo depende das condições sanitárias”.

 

Medium d2dade3ff9089ffccec47eb02c008ca1